quinta-feira, 10 de maio de 2012

Copa Libertadores 2012 : Rafael Sóbis é uma das atrações do Jogo entre Fluminense e Internacional

Rafael Sobis
Rafael Sobis

Foi estranho, para Rafael Sobis, voltar naquele dia 6 de novembro de 2011 ao Beira-Rio que conhece tão bem. Foi esquisito entrar no estádio vestindo outra camisa e ocupar o vestiário da equipe visitante, e não o do Internacional de Porto Alegre. Só uma coisa continuava como sempre: a torcida colorada cantando seu nome antes do jogo.
Era a 33ª rodada do Brasileirão e a primeira vez na vida que o atacante enfrentava o clube em que se formou e com o qual conquistou dois títulos da Copa Libertadores, em 2006 e 2010. Foi estranho, só que, com a bola no pé, Sobis foi objetivo e profissional para seu Fluminense, que defende desde julho de 2011, e marcou o gol da vitória por 2 a 1 – que praticamente assegurou vaga dos cariocas na Libertadores 2012 e deixou o Colorado em 7º lugar na ocasião. Mas, ao ver a bola entrar, Rafael agiu com o coração. Não teve coragem de comemorar o gol que entristecia os torcedores do Inter. E, após a partida, admitiu: não gostava de prejudicar as chances dos gaúchos de ir à Libertadores e, se pudesse escolher, teria preferido que outro jogador tivesse marcado o gol do Flu.
Esse tempo, porém, passou. No final das contas, tanto Fluminense quanto Internacional foram à Libertadores 2012. E, mais do que isso, o sorteio colocou os dois frente a frente nas oitavas de final. No empate em 0 a 0 de duas semanas atrás, o Beira-Rio já não gritou seu nome: tratou-o como um adversário. E, na partida decisiva desta quinta-feira, no Engenhão, Sobis já avisou: quer marcar gols e, se o fizer, vai comemorar, sim.
“Agora não tem mais sentido. Não é mais novidade: é um outro campeonato, um confronto direto decisivo. Se marcar, vou celebrar com meus companheiros”, conta o atacante ao FIFA.com, às vésperas do duelo. “A vida segue, e isso não muda nada do carinho que sinto pelo Internacional. Da mesma forma: sei que a torcida do Internacional me vê como um adversário, que é o que sou hoje, e que meus ex-companheiros de clube, se precisarem, vão dividir, fazer faltas. É normal. Somos profissionais.”
“Acontece”
O que anima os torcedores tricolores é o fato de que Sobis não apenas é profissional, mas, como os colorados sabem tão bem, é decisivo. Em sua carreira, o atacante de 26 anos já teve seus momentos altos e baixos, mas uma coisa sempre foi certa: quando a partida é importante, ele aparece. Foi assim nas duas finais de Libertadores com o Inter – contra o São Paulo em 2006 e o Chivas de Guadalajara em 2010 – e, mais recentemente, no primeiro jogo da decisão estadual do Rio de Janeiro, domingo passado, quando marcou duas vezes na goleada por 4 a 1 sobre o Botafogo. “Claro que eu sempre tenho a expectativa de jogar bem, em todos jogos. Sinceramente, não sei o que acontece quando é decisão”, ele tenta explicar, timidamente, ao falar sobre seu estranho e gratificante hábito de brilhar nos momentos críticos. “Simplesmente acontece.”
E é bom mesmo que isso simplesmente continue acontecendo, porque quem quer que passe do duelo brasileiro entre Flu e Inter terá pela frente uma parada complicada nas quartas: o vencedor do confronto entre os chilenos da Unión Española e o Boca Juniors, que venceu o primeiro jogo em casa por 2 a 1. “A impressão que eu tenho é de que a Libertadores está mais competitiva do que nunca”, analisa Sobis, com a expertise de quem tem dois títulos no currículo. “Todos os brasileiros estão fortes, você tem times como o Vélez e o Boca, que foi nosso rival na primeira fase, e, além do mais, as equipes que antigamente ofereciam menos resistência hoje são mais fortes. Todo jogo fora de casa é dificílimo, sem exceção.”
Com toda essa dificuldade, ainda assim o Fluminense terminou a primeira fase com a melhor campanha entre todas as equipes e dá a Rafael Sobis a impressão de ser um time pronto para percorrer o caminho todo até o título. “Este time é bom. Bom mesmo. É cheio de gente que sabe algo fundamental sobre a Libertadores: que nem sempre você pode fazer o seu jogo como está habituado”, explica o atacante. “Neste torneio, quase sempre você tem que adaptar; fazer o que cada partida pede. E é isso que esperamos fazer de novo quinta-feira contra o Inter.”
Rafael Sobis deixa mesmo claro: a situação mudou. Ele agora fala do Inter como adversário e ponto. Com respeito, sem dúvida. E mesmo com carinho, como quando responde para quem vai torcer na final do Campeonato Gaúcho do próximo domingo, entre Internacional e Caxias. “Para o Inter, claro”, ele diz com naturalidade e sem titubear. “Isso não muda.”
Com informações do fifa.com